2014 - Montevideo - Parte II

Uruguay Parte II – O retorno

Cheguei no Uruguay e já no aeroporto eu comecei a ter histórias para contar. Encontrei com algumas pessoas do mestrado no avião e combinei que dividiríamos o táxi.
Quando cheguei ao hostel – o mesmo de janeiro – as meninas já estavam me esperando para comer um Chivitto – na verdade acabei demorando dias para comer novamente o Chivito Uruguaio. Fomos até a La Passiva e tive uma decepção em saber que lá não vende mais coca, o Uruguay não parecia mais o mesmo, sem coca e com o Pony fechado, porém ainda com Patricias... depois de algumas, fomos até o hotel de Denise, reencontra-la e a acordamos mentindo que éramos do serviço de quarto: “A essa hora, não pedi serviço de quarto não!” . Só festa no Balmoral... com as amarulas de Denise.
Na segunda foi o momento  de encontrar com todo o pessoal e de descobrir que nossa sala se juntaria com a metade da sala C, o que a principio foi um pouco estranho, mas logo depois nos enturmados e fizemos novas amizades. Nossa primeira aula foi com a professora Karina, dessa vez fazendo uma PP – Parelha Pedagógica – com a professora Graciela. A professora Karina foi minha preferida de janeiro, então reencontra-la foi muito bom. Falando em reencontros, a segunda foi dia de reencontrar com Ciro, Diolinda Ximena Euvira que na verdade descobrimos que se chama Tereza e com a verdadeira mulher de Ciro – mancada do dia, falar na frente da esposa que eu pensei que ele era casado com a outra, que na verdade se chama Ximena huahuuhauhauhauha . Tereza viu nossa foto e disse que sou linda! Hahaha Conversamos com ela e ela nos contou que adora o Brasil e que morou um tempo por aqui, a pobrezinha morou no Hilston. Sempre soube que ela era uma mulher de classe!
Terça feira – 7x 1.
Eu poderia terminar o relato desse dia com esse placar, que retumbará em minha cabeça por muito tempo...
O dia amanheceu como um dia qualquer, colocamos nossas roupas com cores de nosso país e seguimos felizes para a UDE. Lá penduramos nossa bandeira e cheios de orgulho por ter o melhor futebol do mundo aguardamos a hora do jogo. Professora Karina combinou que assistiria o jogo conosco no clube Brasileiro e as quatro horas seguimos todos para lá. Antes do jogo começar tiramos fotos, ensaiamos gritos de guerra, éramos só sorrisos, cantamos o hino, nos emocionamos e nosso coração estava cheio de emoção.
Começou o jogo e a alegria acabou. Mesmo hoje, mais de 2 meses depois ainda não consigo escrever o que senti ao ver minha seleção ser trucidada. Um misto de surrealismo, vergonha e decepção! O jeito foi beber para esquecer. O que posso salvar desse dia foi a diversão no Sushi e depois no Shannon, além de ter conhecido o Jean, que se tornou um grande amigo.
No final da noite eu já estava sóbria há horas e só me restou, fazer a boa ação do dia levando algumas pessoas – que não estavam tão bem quanto eu - em seus hotel e guardar algumas frases na cabeça “Oh no, por favor, que isso? No contes a ninguém!”. Apesar do 7x1 a noite foi divertidíssima.
Na quarta tivemos aula com a professora Bettina , lembrávamos dela ainda de janeiro e só posso dizer que minhas suspeitas e de Denise se confirmaram. A gente nunca erra.
Dessa vez resolvemos adotar uma postura diferente da de janeiro, pois, diferente do verão em que anoitece perto das 22 horas no inverno a cidade já estava escura quando saíamos da universidade, as 18. Então resolvemos usar nossos horários de almoço para passear, além de almoçar.
O local visitado da quarta feira foi o prédio da Intendência de Montevideo (Prefeitura), que possui um mirante com vista panorâmica no 22º andar. O acesso ao mirante é gratuito, mas antes é preciso pegar um ticket no posto de informações turísticas localizado bem em frente ao prédio da prefeitura. Achei desnecessário, pois não há ninguém para recolher o bilhete no mirante. Depois é só entrar no hall principal do edifício, caminhar até o fundo e descer uma escada para o sub-solo, onde está a entrada do elevador panorâmico que leva direto ao 22º andar. O horário de visitação é de segunda à sexta, das 10:30h às 15:30h. Vale a pena visita-lo, o visual lá de cima é show. Voltamos para a UDE renovados – e moooooooortos, pois tínhamos dormido pouco e a caminhada era longa!
Na quinta feira foi o dia de visitar – dessa vez depois da aula – o Café Brasilero – isso mesmo sem o I. Que foi fundado no ano de 1877, fica na Ciudade Vieja, é o mais antigo café da cidade e considerado a segunda casa do jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano. O ambiente é muito agradável, mantendo as características da época de sua fundação. O café é bem bom – o que é difícil de encontrar nos ambientes que costumo frequentar em Montevideo – e a comida é uma delicia.
Sexta feira é dia de que em Montevideo? Isso mesmo, sexta feira é dia de PONY. Mas não sem antes passar o dia inteiro estudando, fazendo e apresentando trabalhos. No almoço de sexta voltamos até o mirante da prefeitura, pois quem não foi viu as fotos e ficou morrendo de vontade de conhecer, então retornei até lá com Paula, Helen e Luciana. Depois da aula fomos para o hostel e fizemos um esquenta. Denise trouxe as amarulas e foi assim que descobri que amarulas me deixam dançarina. Já desci como diria minha vó: “Com sebo nas canelas”, prontinha para dançar salsa. Assim que entrei no PONY, por incrível que pareça o cantor era o mesmo de janeiro e ele me reconheceu, dizendo: Nossa chegou nossa cliente de Hollywood, porém ele não lembrou que dizia que eu era parecida com a Nicole Kidman e falou que eu era a Cameron Diaz, enfim... de qualquer forma aos olhos dele ainda estou bem! Dancei muita salsa nesse dia, a turma estava quase completa no Pony e a gente fez até trenzinhos, ri demais. Foi nesse dia também que conhecemos Tchelo, vulgo Téson, que passou a ser assunto certo em nossas rodas de conversa, inclusive foi ele que nos levou para um 
passeio pelas ruas escuras da cidade velha em busca de um velho amigo. Passamos muito frio nessa noite e ao final ainda fomos enganados por um cara. Grama.
No sábado foi dia de descansar a fazer um almoço no hostel. Definitivamente, o tempo passa mas o fogão do Splendido continua lerdo. Sério, demora muito cozinhar naquele fogão, perdemos quase a tarde inteira preparando o almoço. A noite teria uma festa de aniversário no nosso hostel, até fomos convidadas, mas o que esqueceram de avisar foi que a festa era uma Rave e que os convidados seriam muito estranhos. Tivemos que sair do quarto porque o som estava insuportavelmente alto. Fomos para a azavache. Em janeiro tínhamos cogitado ir até lá, mas estávamos muito mão de vaca e como tinha o PONY ali, a poucos passos, nunca fomos.
O Azavache é uma danceteria que fica em Pocitos, é um Point de Montevideo... antes da música começar pode-se jantar e assistir a um show de comédia. Encontramos muitos travestis por lá e apesar do ambiente ser mais bem frequentado e mais requintado eu ainda prefiro o bom e velho El Pony pisador!
Ao voltamos para o hostel a festa ainda estava rolando e as meninas que ficaram no quarto nos contaram que foi uma noite terrível: barulhenta e estranha.
Domingo era dia da grande final. Dia de torcer para a Alemanha, mas antes tivemos que ir até a feira. La Feria de Tristan Narvaja... Se você é aquele tipo de turista que gosta de conhecer a cultura e hábitos locais, não pode deixar de fazer uma visita a essa feira no Domingo de manhã. Saiba que ela ocupa várias quadras e pode-se encontrar de tudo: frutas, animais, comidas típicas, produtos piratas, livros, roupas, bijouterias, utensílios domésticos e muita mas muita coisa antiga.
Agora, se você é o tipo de turista que gosta de ir a feirinhas esperando encontrar souvenires, talvez esse não seja o lugar mais indicado.
Dica: evite em dias de chuva e atenção aos pertences!
Infelizmente pegamos a maior chuva, até ajudamos os feirantes a segurar e esvaziar as lonas das barracas e outros colegas do mestrado foram assaltados, logo... não faça como a gente, preste atenção nas dicas.  Foi lá que comprei minha blusa de viadinhos! ,<3 o:p="">
Combinamos de assistir o jogo no La Passiva da praça do tango. Realmente foi uma experiência única assistir a uma final fora de casa, ainda mais uma final em que a Argentina participava e o que o local escolhido para assistir a partida estava cheia de Los Hermanos. Estávamos em umas 10 pessoas e até entre nós ainda existia gente que torcia para a Argentina, logo, sofri vários olhares de reprovação, ainda mais quando comemorei o gol invalido e mais ainda o gol da Alemanha. Fiquei muito feliz com o título da Alemanha, apesar do 7 x 1.
Na segunda  foi dia de uma visita rápida até o Palácio Legislativo, O Palácio Legislativo foi inaugurado em agosto de 1925, data de comemoração ao centenário da independência do país. A construção segue o estilo neoclássico grego e suas fachadas e colunas são feitos de mármore provindo da grécia e é um dos edifícios mais imponentes do país. O edifício possui três naves e salas anexas, o piso superior com a biblioteca e um subsolo que funcionam escritórios e depósitos.
Aos fundos do palácio está instalada a sede parlamentária, com uma praça que homenageia os mártires de Chicago. É lá que a central de trabalhadores costuma celebrar o dia dos trabalhadores, 1º de maio.
O Palácio Legislativo possui visitas guiadas para turistas, mas infelizmente eu e Murilo não podíamos esperar pois tínhamos aula. Fomos de taxi e voltamos a pé, em uma caminhada de quase 3 km, mas valeu a pena.
O resto da semana foi de muito estudo com uma saída na quinta até o La Passiva, marcada pela nossa generosidade com o garçom – ele ganhou quase dois mil pesos de gorjeta – e um almoço no Cassino, na sexta feira ao meio dia.
Sexta feira, sushi e Pony. Mais uma vez fomos vitimas de golpistas que dessa vez quase levaram Helen com eles.
No sábado tivemos aula de psicologia, o dia todo e a noite repetimos a dose sushi e Pony novamente e aproveitamos para passar pelo Beco de la diversidad e “sacar una foto”.
Domingo almoçamos no Puerto! Se há um lugar em Montevideo que você come bem e festeja a vida é o Mercado del Puerto, um lugar com vibração,  Parrilas, entrecots, enfim o melhor da carne uruguaia, com a boa cerveja Patricia e o famoso medio a medio, bebida elaborada com vinho branco e espumante, que vai muito bem com carnes. Foi um momento de descontração e ótimo para conversar e firmas amizades. Foi nesse almoço que combinamos nosso congresso de outubro que acontecerá na cidade de Blumenau.
Terça feira foi dia de conhecer a adorável professora Beatriz “Se não prestar a atenção morre” e também de ir comer sushi no Francis que fica em Punta Carretas. A comida é deliciosa mas o preço é um pouco salgado, por isso prefiro mil vezes o bom e velho Maki sushi que fica na nossa rua, ótimo e barato, super em conta. É uma delicia economizar comendo sushi!
Na quarta foi dia de ir ao Solis! Fomos ao concerto do Robben Ford na turnê “A Day in Nashville”.  Robben é um guitarrista americano que toca blues, jazz e rock, e foi eleito pela Musician magazine um dos 100 maiores guitarristas do século 20,  foi demais, o cara realmente toca muito, além disso a acústica do Solís é perfeita, foi realmente um show. Para fechar a noite ainda tínhamos alguns Medios a medios nos aguardando no hostel spendido, pedimos sushi e nos deliciamos. Com direito a “degustação” do presente que Téson nos deu e ajuda de toda a didática de Denise nos ensinado a usar. Hahahaha foi demais!
Quinta feita dia da despedida. Marcamos com todo o pessoal de ir ao Pony a noite para a despedida, mas antes ainda tínhamos aula, despedida no Ciro e um passeio até a Fortaleza del Cerro.
Sobre a fortaleza - O lugar é bastante bem cuidado, e o museu abrigado pela fortaleza conta algumas histórias sobre a origem do Uruguai, tem um grande acervo de armas e uniformes militares e a vista para o centro de Montevideo é linda, da de ver a cidade toda e identificar seus principais monumentos e edifícios. Vale a pena ir de taxi, pois a vizinhança não me parece muito segura.
Voltamos para a Universidade e ao sair fomos nos despedir do sushi e como somos clientes vips de lá pegamos também nossas 20 peças grátis. Comemos muitos sushis e levamos uma “marmitinha” pro hostel! Hahaha


A noite teve esquenta novamente no hostel – sim estávamos nos sentindo em casa – e depois de tomar uns medios a medios e cervejas e ver as obras do Nunõ descemos. Ao chegar no Pony nos surpreendemos percebendo que a noite era de Karaokê, a principio confesso que não gostei muito da ideia, mas depois a gente deu show! Dona Marialva foi a atração principal em um dueto cantando “Borbulhas de amor”, infelizmente não temos esse momento gravado, mas você pode conferir nosso desempenho no vídeo abaixo.




Os melhores estavam na despedida, reunindo até o pessoal da outra turma, que também são grandes amigos além da professora Karina que fez questão de nos acompanhar. Foi muito bom! Depois do Karaokê dançamos e ainda subimos para comer o resto do Sushi e jogar conversa fora.







Triste foi levantar no outro dia cedinho e ir pra universidade apresentar o trabalho final para a professora mais casca grossa de todo o mestrado – até então.
Quando cheguei não encontrei Denise, ligamos, mandamos mensagens no Whatss e no face e como ela não respondia resolvi ir até o Hotel resgata-la. Chegando lá ela praticamente me expulsou mandando eu dormir, mas quando se deu conta de que já eram nove horas se arrumou em um piscar de olhos e – acredito que ainda sobre o efeito do álcool – descemos o elevador dançando e depois fomos correndo até a UDE. Chegando lá apresentamos – e mãe, não se preocupe pois apesar de não ter dormido quase nada, estar com ressaca e suspeita-se que ainda um pouco embriagada eu tirei a nota máxima na apresentação.
Depois fomos liberados para ir pra casa, meu voo era só a s 20 horas mas eu já iria as 13 com o pessoal para o aeroporto. Então foi uma correria ir até o hostel, arrumar as malas . Encontrei o pessoal e fizemos companhia uns aos outros até nossos voos partirem. PS: O almoço no aeroporto é um assalto.
Julho me fez amar Montevideo. Tudo o que tinha me feito ter pânico de minha estadia no Uruguai se amenizou, as amizades se fortaleceram e apesar de eu ter me divertido mais desta vez do que na outra meu aproveitamento acadêmico foi melhor do que o de janeiro, nem sono nas aulas eu tive mais. Conheci pessoas incríveis nesse mestrado – que ainda não acabou – pessoas que vão ficar em minha vida, que vão ficar em meu coração, pessoas maravilhosas. Sempre falo que além de aprender com meus professores eu ainda aprendo com meus colegas, que tem muito conhecimento e experiências para compartilhar.


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