Personalidades: Edelberto Schaeffer - Eti

Por Carol Pereira

Data de nascimento: 29 de setembro de 1918
Data de falecimento: 11 de abril de 1995

Buscando as origens do sobrenome Schaeffer foram encontrados registros de Schaeffers de 350 anos atrás na Alemanha que eram exímios ferreiros e músicos. Edelberto herdou esses dotes de seus antepassados europeus.
Eti, como era chamado por parentes e amigos, nasceu em Picadas - Alfredo Wagner. Filho de Rudolf Schaeffer e Amalia Franz Schaeffer tinha na música sua grande paixão. Muito jovem, ainda em Picadas, já aprendeu a tocar vários instrumentos e junto com os primos tinha uma banda que animava as festas na comunidade. Foi lá que ele conheceu Hilda Schaeffer com quem se casou e teve 10 filhos. A princípio o casal residia no Caeté, depois de alguns anos voltou para Picadas e no dia 22 de outubro de 1958 veio morar no Barracão - na praça.
Ainda em Picadas cortou toda a madeira para construção de sua casa e a trouxe faltando apenas ser montada. Ao lado da casa construiu sua ferraria e ali ensinou os seus 6 filhos homens o ofício de ferreiro. Em sua ferraria se faziam: facas, facões, foices, enxadas, se ferrava rodas de carroças, se faziam ferraduras, etc. Famosos também eram os freios de montaria produzidos na ferraria que tinham como maiores clientes os pecuaristas de Lages.
Devido à localização geográfica de Alfredo Wagner, parada e passagem de tropeiros a cidade comportava outras três ferrarias além da dos Schaeffer – Weiss, Jung e Klaus – a localização também facilitava o comércio da produção, pois os tropeiros levavam alguns artigos para serem vendidos no mercado público em Florianópolis, no interior do estado de Santa Catarina, São Paulo ou para no Paraná. 
Edelberto aprendeu com o pai Rudolf tudo o que sabia e passou este ofício aos filhos. Rudolf, por sua vez, herdou do pai, Peter, que já tinha antepassados metalúrgicos. Os antepassados de seu Edelberto vieram de Badenwurtenberg, sul da Alemanha, região agrícola e portanto bom mercado para ferragens e equipamentos para animais de tração.
Enquanto os filhos homens ajudavam e aprendiam com o pai as 4 filhas mulheres ajudavam dona Hilda na roça, onde plantavam cebola e produtos para serem consumidos no dia-a-dia, além criarem gado e tirarem leite para vender. Os meninos saíam da ferraria e ajudavam a mãe entregando o leite na casa dos compradores.
Eti era autodidata, ao longo da vida aprendeu a tocar "sozinho" 23 instrumentos; a grande maioria de sopro, que eram tocados nota a nota. Alguns dos instrumentos que ele tocava: trombone, clarinete. Bandonia, gaita e saxofone.
Seu Eti tinha uma banda, conhecida por toda a região. Desde de cedo ele ensinava os filhos a tocar algum instrumento. A banda se chamava Jazz Familiar e nela muitos de seus filhos tocavam, entre eles:
Titi – Arcidio que tocava Saxofone, Nato – Renato que tocava gaita, Gordo – Valdenir que tocava trombeta e Ameixa – Zelito que tocava pistão e mais tarde com a saída de seu Vadinho da banda tocava bateria, sendo ele o último integrante desta formação da banda que ainda permanece vivo.


A banda Jazz Familiar fazia shows por várias cidade como Lages, Bom Retiro, Urupema, Capivari, além de animar as festas das comunidades de Alfredo Wagner. Tocavam também, no clube nos bailes ainda iluminados por lampiões Aladim, e, vez ou outra a orquestra – como também era conhecida - tocava nas domingueiras no salão de bailes do seu Talico.
A família possuía um carro, o Chevrolet Pavão 1929 que com sua roda raiada era sensação na cidade, que na época ainda possuía poucos carros. Este era o meio de transporte também utilizado para que a família realizasse seus passeios.
Seu Eti e a família Schaeffer ainda são lembrados nos dias de hoje por sua genialidade musical e por seu talento como ferreiros. Um dos netos de Eti mantém a tradição da família até hoje fabricando facas. As facas Schaeffer são conhecidas nacionalmente por sua beleza e qualidade. No ano de 1992 o trabalho artesanal foi destaque na Revista “Globo Rural” e quando o cantor Tinoco visitou nossa cidade fez questão de conhecer pessoalmente a fábrica.
Edelberto morreu no ano de 1995 mas deixou suas marcas na história de nosso município.

Informações trasmitidas por:
Zelito Schaeffer
Edelberto Schaeffer Filho

Correções: Ana Paula Kretzer




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