Porto Alegre e Viamão

No último dia 30 os alunos do primeiro e segundo ano do Ensino Médio Inovador realizaram uma
viagem de estudos até as cidades gaúchas de Viamão e Porto Alegre e eu e mais alguns professores os acompanhamos.
Os passeios didáticos envolviam as mais diversas áreas de estudo como: Biologia, Educação Física, Matemática, Física, Química, Artes, Empreendedorismo, Informática, Espanhol, entre outras.
Nosso primeiro destino foi a fazenda Quinta da Estância. Um paraíso natural a poucos quilômetros da capital gaúcha. Além de trilhas pelo meio da mata os alunos ainda tiveram contato com diversos animais, com paradas estratégicas onde o instrutor dava noções preciosas sobre algumas espécies de insetos e repteis. O que mais chamou a atenção dos alunos nesta parte da viagem foi a aula sobre as cobras, na qual o instrutor falava da importância desses animais no meio ambiente e também orientou sobre o que fazer quando se deparar com alguma delas. Para encerrar a parada, uma cobra não peçonhenta foi exposta e os mais corajosos puderam até pegá-la na mão. Acreditem se puderem, eu peguei a cobra na mão. Certamente é o animal pelo qual alimento o maior pavor, mas superei isso e segurei o bicho. Foi difícil desfazer a cara de pânico e sorrir para a câmera, mas no final das contas garanti o registro.
No passeio em meio a mata pudemos também ver de perto uma família de Bugios, vivendo em seu habitat natural. A trilha possui um percurso de cerca de 2,5 km e entre os lugares pelos quais passamos os alunos puderam até percorrer parte do trajeto por dentro de um riacho. Dizem que no século XIX, as terras por onde a trilha passa foram cenário da guerra dos Farrapos, e como uma apaixonada por história, isso me encantou.
Todos fomos de trator até a sede da fazenda onde fomos convidados a almoçar. Após o almoço os alunos estavam afoitos para iniciar a programação vespertina. Iniciamos a tarde com brincadeiras que envolviam água, o que deixou os alunos superempolgados. Após atividades na piscina, participamos de uma travessia por uma ponte pênsil cheia de surpresas e todos se divertiram muito, tentando atravessar o lago ou assistindo as tentativas dos colegas, eu fiquei assistindo, pois estava impossibilitada de ter contatos muito grandes com água.  O final da tarde foi no arborismo. A atividade acompanhada por um instrutor fez a adrenalina de todos subir literalmente as alturas, fui quase uma das últimas a realizar a atividade, que se mostrou menos difícil do que eu imaginei. Achei muito divertido e está na lista de atividades que um dia devo voltar a praticar, com um pouco mais de tempo.  Depois do café, para fechar a tarde ainda rolou um futebol na lama, que também não participei.

À noite, depois da janta fomos para a “trilha das almas penadas”, que passava por dentro da mata na qual já havíamos passado pela manhã, a mesma que segundo os instrutores, em séculos passados foi cenário de grandes lutas. Contam que espíritos rondam aquelas matas e que em noites de lua cheia ou no dia das bruxas eles voltam e os mais sensitivos conseguem sentir a sua presença. De mãos dadas adentramos pela trilha e tivemos várias surpresas ao logo do percurso. E eu quase tive fraturas em minhas canelas, devido as pauladas que recebi das supostas almas penadas. Todos estavam empolgados e após voltarmos para a sede ainda participamos de um lual onde pudemos interagir com pessoas de outras escolas que também estavam de passagem pela Estância. Preciso dizer que algo nesse lual não me fez bem e também que uma professora de outra escola dançava igual a mulher que colocaram pra dançar com Ross naquele episódio do concurso de dança - The One With The Routine (a.k.a. The One With The Rockin' New Year). (Bons entendedores entenderam, aos demais apenas ignorem.) Só nos restava dormir.

            2º dia

Logo cedo após o café da manhã arrumamos nossas bagagens e seguimos para o museu de tecnologia da PUC - antes de sair resolvi ajudar os índios que vendiam bijuterias em suas tendinhas lá na Estancia, antes do final do dia eu estava com um cordão preto no pesco
ço, mas só percebi no dia seguinte. O Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS possui uma grande área de exposição pública com mais de dez mil metros quadrados, onde cerca de 700 equipamentos interativos estão expostos para visitação. Nesse mesmo espaço são integradas exposições temporárias sobre temas atuais e do cotidiano da sociedade.

Após o almoço fomos até o Beira Rio, estádio do Internacional, que está sendo preparado para a copa do mundo de 2014. Em virtude das obras não pudemos visitar o gramado, porém conhecemos o centro de visitações e através de um vídeo conhecemos um pouco mais sobre a história do gigante do Beira Rio.
Do estádio seguimos até o Instituto Cervantes e conhecemos os métodos utilizados para ensinar espanhol e também a importância dessa língua no mundo. Conhecemos um pouco da história e cultura de países que usam o espanhol como língua oficial, visitamos a biblioteca do instituto e tivemos contato com obras de Neruda, Miguel de Cervantes y Saavedra, entre outros autores de língua espanhola.
Depois do lanche no Shopping e lá Aline foi me encontrar, pois minha visita a capital gaúcha seria estendida, após – sem Aline que voltou pra casa - seguimos até o “Theatro São Pedro”, que é um ícone da cidade de Porto Alegre. Ao longo de 126 anos de existência o teatro já recebeu em seus camarotes, galerias e palco, personalidade artísticas como: Arthur Rubinsteins, Villa-Lobos, Eugêne Ionesco, Cacilda Becker, Marcel Marceau, Olavo Bilac, entre outros, assim como políticos como Getúlio Vargas e Borges Medeiros. Foi lá que assistimos a peça “Seis aulas de Dança em Seis semanas”, estrelada por Suely Franco e Tuca Andrada. A peça da Broadway já foi encenada em mais de 20 países e o espetáculo rendeu boas gargalhadas e emocionou muitos dos alunos e professores que tiveram a oportunidade de conferir a apresentação.

Depois do teatro Aline e tio estavam me esperando e finalmente eu iria conhecer a cidade baixa. Os alunos retornaram para Alfredo e eu fui curtir o restinho do feriado com a melhor companhia que Porto Alegre pode oferecer!
Fomos até a casa azul, brincadeiras à parte com a analogia com a Boate azul o lugar é de respeito, ou quase isso. Aline queria que eu provasse a melhor batata frita da capital gaúcha, e é claro que eu não recusaria. O lugar estava borbulhando e tivemos que dividir um sofá com uns garotos geólogos... Aline quase arrumou um namorado, mas no final ele sumiu com umas lambisgoias, a cerveja estava ótima e voltei para casa dentro de uma bolha de sabão.

Sábado de sol

Tia Ana preparou um almoço mega especial e como sempre delicioso. Nossa tarde seria cultural. Fomos prestigiar a 59º Feira do Livro de Porto Alegre, grandes autores sempre estão por lá na tarde de autógrafos, eu sonhava encontrar Martha Medeiros ou quem sabe o lindo do Galera, mas fiquei muito satisfeita com a grata surpresa de encontrar o celebre Laurentino Gomes que é um dos historiadores mais respeitados do Brasil e autor de alguns dos meus livros de cabeceira, o encontro ficou marcado para as 20:00 horas, então tínhamos toda a tarde para perambular pela feira, centro e imediações.
Era muito bacana ver um monte de gente saindo com sacolas repletas de livros e me deu muita vontade de encher uma sacola também, porém minha condição financeira não permitia isso no momento, o jeito foi me conformar com dois livros e caminhar.  Nas caminhadas pela feira conheci Paola, uma das famosas amigas da faculdade da Aline.
A cada dois anos, junto com a feira do livro acontece a Bienal de Arte Moderna e fomos até a galeria do Santander ver a exposição de arte que estava rolando por lá, depois seguimos para a usina do gasômetro, no caminho para a usina comemos um Temaki - delicioso. Na usina também estava rolando uma exposição, a qual prestigiamos e depois fomos curtir a praia. Isso mesmo curtir a praia em Porto Alegre, no mirante do Gasômetro foi montada uma praia artificial, com vista para o Guaíba e com direito ao pôr do sol!
Retornamos para o centro e finalmente consegui meu 1889 autografado! Como sempre não consegui falar nada no momento do autografo e a foto ficou cabulosa, mesmo assim valeu a pena. Depois de todos os compromissos da tarde ainda tínhamos o ponto alto do dia, a festa na casa da Gabriela! Eu não a conhecia, a bem da verdade eu não conhecia nenhuma das amigas da Aline pessoalmente, mas conhecia todas quase intimamente de tanto ouvir falar e já simpatizava com algumas delas – ainda morria de inveja de Montevideo – mas não sabia que ia achar essas gurias realmente tão animadas e queridas. Bebemos, jogamos e eu tomei a insensata decisão de beber tequila, mesmo sabendo que meu fígado já não a suporta mais. Qual o resultado? Isso mesmo, caro leitor... já na casa da Gabriela... depois tive que praticamente pular do taxi em movimento para evitar que o motorista me fizesse limpar a sujeito e cobrasse uma taxa extra, antes disso eu já tinha cochilado em uma lanchonete. Classe, desconheço!
No dia seguinte o almoço foi por conta do tio e como não podia deixar de ser estava uma delícia. Logo segui para o aeroporto e peguei o rumo de casa, já aguardando a data em que eu visitaria a minha querida Porto Alegre novamente. 

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