Diário de bordo - Eurotrip - Dia 13 - Bruxelas - Chegando na Belgica


Nossa chegada em Bruxelas foi o ápice de nosso drama com as malas. Estávamos mortos de fome, não avistamos nenhum táxi por perto. Pelo google maps, parecia que nosso apartamento não era tão longe. Então quando Alvarino perguntou se a gente toparia ir a pé, aceitamos na hora, mas era a fome falando mais alto. Não imaginávamos que o trajeto seria praticamente só subida de morro, que nem era tão íngreme assim, mas subí-lo com quase 50kg de bagagem nas costas – digo puxando – se mostrou uma das piores experiências da viagem. Sinto dor até hoje na minha mão direita.
                Minha vontade era sentar e chorar. Paramos em um bar e alvarinho comprou uma coca de 2L, que tomamos no bico, e até deu uma melhorada no espirito.
Na subida já percebemos que estávamos no lugar escolhido para muitos portugueses irem tentar a vida, pois só se ouvia o português.
                Em uma esquina uma simpática senhora com calças pantalonas veio falar conosco. Era Male a nossa anfitriã em Bruxelas. Ela nos acompanhou até o apartamento, na Avenue Adolphe Demeur 51, na charmosa região de Saint-Gilles, que se caracteriza pela heterogeneidade da população quanto à sua origem cultural. Nota-se a presença de importantes comunidades de origem estrangeira: marroquina, polaca, espanhola e em imensa quantidade, a portuguesa – como já havíamos percebido.
                Male foi muito querida, nos apresentou o apartamento e ainda deixou alguns presentes na geladeira para a gente, como leite, água, coisas para passarmos no pão. Dava vontade de abraçar aquela mulher.
                Assim que Male deixou o apartamento, abandonamos as malas e fomos em busca de algo para comer. Entramos em um local que parecia que tinha carne para vender, mas acabamos percebendo, quando recebemos o prato que era tipo um hambúrguer frito e cheio, mas cheio de pimenta. Enfim... deu para comer, mas não era bem o que eu queria. Nessa altura eu já estava sonhando com um bife acebolado da minha avó.
                Decidimos que no dia seguinte dormiríamos até meio dia.



- PASSEANDO POR BRUXELAS

Quando decidimos incluir Bruxelas em nosso roteiro não conhecíamos nada da Bélgica. Até mesmo em uma crônica que escrevi antes de viajar, coloquei que não sabia o que a Bélgica tinha a me oferecer. Não entendíamos a razão da maior parte das excursões pela Europa não incluírem esta cidade. Seria ela sem graça ou feia? E, após chegarmos lá, e termos a chance de conhecer alguma coisa da cidade, nossas dúvidas somente aumentaram. Como não incluir Bruxelas em um passeio pela Europa que pretendesse ser completo? Ela é uma cidade agradável, bonita, repleta de arte, história e com diversas atrações turísticas.  E ainda por cima pertinho de tudo!

Logo que acordamos, tomamos café e nos dirigimos para o Grand Place, no caminho nos encantamos com tudo que vimos, arquitetura, roupas com preços acessíveis e o povo, muito simpático.

Passamos por uma espécie de torre medieval, a Port de Hal, onde funciona um museu que guarda a história da cidade e foi construída em 1381. O lugar é lindo e muito fotogênico. Na idade média o local funcionava, como um portão da cidade, fazia parte do sistema de proteção, formando também por muralhas. O portão original incluiu uma ponte levadiça sobre um fosso. As estruturas que abrigaram estes ainda não são visíveis, estão ainda soterradas.
 Enquanto os outros seis portões e as paredes defensivas foram demolidos, o portão de Halle sobreviveu pois era usado como uma prisão. Em outras ocasiões, era usado como alfândega, armazenamento de grãos e uma igreja luterana.

Antes de chegar ao nosso destino ainda conhecemos o Manneken-Pis – aquela estátua do menino que mija – e ela é tão importante para Bruxelas como a estátua do Cristo Redentor é para o Rio de Janeiro. A estátua deste menino fazendo xixi é uma das principais atrações da cidade. A história começou na idade média, quando lá havia uma fonte, e em 1619 o escultor Jerome Duquesnoy fez a estátua do menino para embelezar o local. O monumento fica na esquina das ruas Stoofstraat/Rue de L'Etuve e Eikstraat/Rue du Chêne e geralmente está rodeada de pessoas fotografando e sendo fotografadas.

A estátua passa a maior parte do ano vestida, quando estivemos lá, ele estava com uma roupa aparentemente de estudante, com um cachorrinho ao lado, está é uma tradição – de vestir o garoto - iniciada em 1698, e seu guarda roupas com mais de 600 peças pode ser visto na Casa Real e no Museu da Cidade. Quando chegar lá não se surpreenda com o tamanho. O Manneken-Pis é bem menor do que a maior parte das pessoas imagina.

Finalmente chegamos ao Grand Place, também chamada de Praça do Mercado, onde acontecem todos os principais eventos de Bruxelas. Rodeada de prédios históricos remanescentes dos séculos 15 e 16, com mercado de flores pelo chão e rodeada de restaurantes com mesas nas ruas, e ainda a prefeitura da cidade, tudo ali é uma festa para os olhos e os sentidos.

Tiramos inúmeras fotos no espaço, pois todos os prédios que compõem a praça são maravilhosos. Ela é uma das praças mais bonitas de toda a Europa. Amei.
Saindo dali passeamos mais um pouco pelo centro, vimos uma grande igreja, o Parlamento, o Palácio Real, um parque e pegamos a maior ventania quando estávamos nos dirigindo para um mirante. Sério, eu pensei que o vento ia me carregar.

Na volta para casa nós nos entregamos novamente as compras, compramos muitas jaquetas, tudo mais barato do que já tínhamos visto em Londres ou em Paris. E achei os óculos que estava procurando desde Londres, o comprei. Sim, aquele papinho do início da viagem, de que eu estava resistindo as compras foi-se por água abaixo.

Estávamos o dia todo sem comer, então após uma breve passada em casa, nos dirigimos até um restaurante Português, onde comemos uma comida deliciosa e parecida com a de casa. Depois fomos ao nosso Pub preferido em Bruxelas, o Las Bicha. Lá eu estava com a consciência pesada, pois sempre que fazia compra ficava convertendo e vendo que nem tinha sido tão barato assim. Pensar que um chopp custava 9 euros, mais de 40 reais, estava me deixando muito triste. Então decidimos tomar apenas um. Quando fomos pagar vimos que na verdade custava apenas 2 euros, voltamos para a mesa e tomamos mais um. Saudades da Hoealgardem.
Em casa, pesquisamos como chegar até a Hertz, pois no dia seguinte iriamos de carro até Brugges, e as expectativas eram muitas. Mas antes de dormir, assistimos nossos episódios favoritos
de Friends.

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