Paulo Schwinder


Por Elâine Aparecida Almeida Rossini


Paulo Fernandes de Almeida “Paulo Schwinder” ficou assim conhecido por sua mãe trabalhar na casa de uma família “Os Schwinder” e ele pequeno ia sempre para esta casa com sua mãe e as pessoas ao falarem do “Paulo” – “Que Paulo?” O “Paulo da casa dos Schwinder” e o apelido pegou.
Filho de Ana Kalbuch e Manoel Fernandes de Almeida nasceu em 1908, nas terras do seu pai no Quebra Dente. Morou em Alfredo Wagner até o final da década de setenta mudando para Florianópolis.
Teve 6 filhos, 4 homens e 2 mulheres.
Em Alfredo Wagner, residiu no Quebra Dente, depois veio para as Águas Frias (nas mediações onde hoje é a casa do Nanico) e ali montou sua ferraria trabalhando com chapas de ferro nas rodas de carroça.
No alto do morro, em sua propriedade, nas Águas Frias, cultivava 100 caixas de abelhas, extraindo e vendendo mel.
Mudou-se para o Barracão e lá montou um comércio de armarinho (tecidos, linhas, elástico, tudo para costura). Vendia também mantimentos que comprava dos colonos (milhos, feijão, batata e outros). Este comércio funcionava nas mediações onde hoje há uma igreja, na propriedade do Senhor Neri Schuller.
Seu empreendedorismo, o levou a mudar novamente do endereço de seu comércio, vindo para o “Sombrio”, hoje centro da cidade. Firmou-se no mesmo ramo com tecidos e mantimentos, mas sua paixão em trabalhar com o ferro, ensinada a um dos filhos (Juca), fez com que ele mantivesse nos fundos do seu terreno uma ferraria. Este comércio situava-se onde hoje está o “Saulo Hotel”.
Os filhos e noras trabalhavam em seu comércio. Estudou somente o primário, mas era um empreendedor inteligente.
Homem muito correto, rígido, dedicou-se a educar seus filhos nos valores da igreja Católica. Fez parte da diretoria da igreja por mais de 32 anos. Era encarregado de encomendar/comprar/negociar a bebida das festas (com Leonardo Sell) onde os filhos também se envolviam. Parecia um homem um pouco sisudo, mas sabia contar histórias como poucos e assim seu senso de humor aparecia. Ajudou com ajuda de amigos como Paulo Bunn e Isidoro Checetto a construir a matriz de Alfredo Wagner, a casa paroquial, o hospital e o clube, era um cristão fervoroso, enérgico com os filhos que tinham que comparecer bem arrumados, ás missas e rezas na igreja.
Na velhice, residiu no estreito, bairro de Florianópolis, onde sempre aguardava um filho ou um neto para uma partidinha de baralho ou dominó. Não tinha muita paciência para jogar com amadores ou crianças (netos), pois era um jogador inteligente, técnico e queria habilidade e agilidade no jogo. Mas, enfim, rendeu-se aos netos, parceiros frequentes.
Um homem inteligente e comerciantes; porém nunca aprendeu a dirigir e também não se interessava por carros, andava sempre com sua bicicleta Assustava-se com algumas notícias e imagens na TV, censurando a própria televisão. Desligava a TV, mesmo sozinho!
Era hábil tecelão de redes de pescar, tradição passada aos filhos (Nicolau - Dedi, José Alfeu – Juca e Jaime - Titilo) e gostava de pescar no rio.
Teve 2 AVC’s (Acidente Vascular Cerebral) mas a sua capacidade intelectual nunca foi afetada e a contação de histórias, causas antigos e a curiosidade sobre o “Barracão” era sempre assunto das conversas. Conversava sobre o progresso ( que às vezes o assustava), sobre política e sobre seus conhecidos de Alfredo Wagner. Faleceu em 1992. Tratando –se de um câncer de próstata. Seus descendentes, filhos, netos, bisnetos e tataranetos reúnem-se anualmente para manter viva a tradição da família nas cantorias, sempre marcadas pela alegria e a fé em Deus.
Seus filhos lembram do pai com água nos olhos, relembrando dos bons momentos e dos bons exemplos deixados pelo saudoso pai.
Sua última frase em visita a sua cidade natal foi: “Alfredo Wagner esperou eu ir embora para crescer!”

Informações Transmitidas por:
Nicolau Almeida

Jaime Almeida

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1 Comentários

  1. Márcia Helena Schaeffer22 de maio de 2014 às 19:09

    Quanta saudade do meu Avô... Ele era uma pessoa excepcional. Ainda vejo em minhas lembranças ele caminhando com as mãos para trás, das longas e boas conversas, do cuidado que tinha mesmo já com idade avançada pelas suas coisinhas...
    Saudades eternas do Vô Paulo e da querida Vó Quina ( Joaquina).
    Muito bonita a homenagem. Isso é importante na construção de nossa história.
    Jamais devemos esquecer os que nos precederam.

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